Um rio. Comprimento infinito, cor transparente, talvez...Bastante largo mas não tanto que não se consiga ver as margens. Navegamos sempre no rio com destino incerto. Vemos crianças a dizer adeus, passamos numa barragem, apanhamos a tempestade e a chuva e o frio. Vemos colheitas em época de seca. É assim, de certa forma, que vejo a vida. Vejo-me no rio a ultrapassar uma e outra barragem, um e outro pequeno obstáculo. Tudo isto para quê? Eu gosto de pensar que é na procura da felicidade. Nas pequenas coisas dos meus dias ao invés das grandes coisas.
O problema de muitas pessoas, e longe de querer criticar directa ou indirectamente alguém em concreto, é querer "aquela" meta. Quando for aumentado é que vai ser. Quando comprar aquela casa vou ser realmente feliz. Quando conseguir ter aquele BMW é que vou ser. Quando...quando... Quando lá chegarem vai-se tudo e volta a sensação de vazio. Vai-se a ver e aquele carro não te faz feliz, aquela casa muito menos. O aumento não chega e o trabalho continua a ser uma chatice. Então e agora? Agora...E agora não sei responder...Mudar a maneira de ver as coisas é capaz de ser o melhor. Tentar sempre ir sendo feliz com o que a vida nos vai dando, em vez de querer sempre um objectivo concreto. Para mim, este é um dos motivos de maior infelicidade no mundo. No mundo em que nós queremos coisas materiais.
No fundo acho que tudo o que escrevi sai com alguma mágoa. Vejo que algumas pessoas que conheço nunca estão bem com o que têm. Querem sempre ir em busca daquilo que o "vizinho" já tem. E depois fazem o quê com ela? Ficam descontentes e descobrem outra coisa para desejar. Ciclo vicioso e que em última análise levará, provavelmente, à desilusão. O verdadeiro prazer da vida é a viagem. O destino é uma ilusão.
Por hoje é tudo :)
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Monday, December 20, 2010
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